
MEU LUGAR
Da rua o sol desenha o chão,
Um rádio toca a solidão.
A sombra dança no quintal,
O dia segue seu ritual.
O vento leva o que de nós restou,
Um cheiro de mato no ar se espalhou,
Na tarde clara vejo o jardim,
Um pássaro voa no azul sem fim.
E o tempo pinta a cor do mistério,
No tom do olhar, lágrimas de sal.
Vejo a tarde tingindo o céu,
O vento embala o papagaio de papel.
Finda o dia, acende o poente.
O horizonte vermelho entardeceu de repente.
Mensageiro traz estórias e lendas do mar.
Meu canto, antes preso, se solta no ar.
