Rafiza Lestoliê

 

Poesias da Alma

 Rafiza Lestoliê

 

 

 

 

 

 

 

 

Textos

 

VÉU DOURADO 

 

Um dia eu ouvi uma história sagrada

de um homem bom, de alma elevada.

Disseram que foi traído e ferido,

e eu, tão pequena, senti-me perdido.

 

Achei que o culpado era um povo inteiro,

como quem chora e culpa o estrangeiro.

Na mente da infância, tudo é mais claro:

quem machuca o amor… deve ser amargo.

 

Guardei essa ideia num canto escondido,

como quem guarda um luto antigo.

E mesmo sem ódio, cresci com medo

de um nome, um rosto, um povo inteiro.

 

Ali eu entendi — o mal é humano,

não tem bandeira, templo ou plano.

Não há quem mereça tamanha agonia,

nem mesmo quem feriu a minha fantasia.

 

Confusa, chorei. Sem saber de que lado.

O oprimido virou algo pesado.

Minha alma não sabia a quem proteger,

só sabia sentir, só sabia doer.

 

Hoje, eu solto essa teia de dor,

transformo em fio de compaixão e amor.

Não carrego mais tristeza nem rótulo alheio.

Só a certeza: a luz é o meu meio.

 

Se forem amigos, irmãos ou ninguém,

quero apenas ver o bem que eles têm.

E quando a dor gritar em qualquer lugar,

meu coração vai sempre escutar.

Rafiza Lestoliê
Enviado por Rafiza Lestoliê em 22/07/2025
Alterado em 23/08/2025


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